terça-feira, 26 de maio de 2009

Tudo ao mesmo tempo agora!

Ok, estou aqui novamente!
Mas, é que vi uma coisa que me chamou muito à atenção, pensando nas nossas discussões sobre a indústria televisiva e todos os seus mecanismos para se manter na autonomia do campo.

A rede de TV americana ABC, da The Walt Disney Company (claro! puxando a sardinha para o meu lado, a mesma que produz a série "Desperate Housewives"), teve uma boa sacada para divulgar os seus produtos de maior sucesso. Eles produziram dois vídeos promocionais em que personagens mais populares de suas séries e apresentadores de programas moram e convivem numa mesma casa. A metáfora, interessante e criativa, é assimilar a casa com a emissora e os personagens com os seus produtos. Faz uma autopromoção, como empresa hegemônica na produção de bons programas, e vende seus produtos, que reune célebres e profissionais! Tudo de uma só vez!

Vejam os vídeos:



segunda-feira, 25 de maio de 2009

"Som e Fúria"...TV e teatro?

A Globo já começa a dar os primeiros sinais e notícias sobre a nova minisérie. “Som e Fúria”, assim titulada, vem para ser uma daquelas apostas semelhantes a “Cidade dos Homens”(2002-2005). Não é coincidência que ela vem de uma parceria com a produtora independente O2, que tem, praticamente, as portas abertas na emissora. O que mais me chamou à atenção neste novo produto são dois pontos intrigantes (na minha humilde opinião): A primeira é que a obra está sendo vendida como algo “baseado” na obra de Sheakspeare e a segunda sobre seu elenco.

Não isso não é uma ironia. É uma ressalva e uma pausa para os aplausos. Saber que a ficção televisiva está se aproximando do teatro, me faz pensar que seja um busca para uma mistura de linguagens muitas vezes necessária e, quase sempre, enriquecedora. Uma aproximação que tem ficado cada vez mais clara pós Projeto Quadrante, de Luis Fernando Carvalho. Declaro que não estou dando os méritos para ele, somente ressaltando que sua obra, tanto “A Pedra do Reino” (2007) quanto “Capitu” (2009), fez deste casamento uma lua-de-mel (mais saborosa para o público, sem dúvidas). A mistura de linguagem, que muitos teóricos insistem em chamar de “híbridismo”, não significa, para mim, somente uma tentativa de beber na fonte. Talvez uma forma de renovação da linguagem televisiva, mesmo que para isso, seja preciso voltar atrás.

Os 12 capítulos da série, com estréia prevista para 07 de julho, são dirigidos por Fernando Meirelles e tem, em seu elenco cerca de 100 atores, grande parte advinda e formada no teatro. Sua história se baseia no cotidiano de uma companhia de teatro “shakespeariana” e suas confusões e problemas na produção de um espetáculo. Ao que parece, o teatro não está só no texto, no assunto, na discussão, mas na estética, na direção, nos enquadramentos, na textura (assim dá para perceber ao ver o vídeo de divulgação).

Quanto ao elenco, só posso dizer que parece mais uma mistura. Atores que nunca dividiram cena ou palco formam o corpo dessa troca de experiência (?): Pedro Paulo Rangel, Andréa Beltrão, Felipe Camargo, Dan Stulbach, Daniel Oliveira, Regina Casé, Rodrigo Santoro, Maria Flor, Chris Couto, Débora Falabella, Paulo Betti, dentre muitos outros! Um mix de tradição e modernidade, teatro e televisão, velho e novo. Uma salada de frutas? Quem sabe? Só esperando para ver.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A mais "nova" Helena

Num raro momento de ócio, ontem dei uma passeada em noticias sobre bastidores de telenovelas. Sim! É assim fico sabendo de tudo, já que, ultimamente, eu tenho tido menos tempo de ver telenovela do jeito que ela deve ser vista: sentada no sofá, esparramada entre as almofadas, fazendo especulações, conversando com as personagens, chorando, rindo, participando de todo o processo catártico que ela merece. Graças a maior invenção do mundo, a Internet, a Globo.com e a uma amiga que me deu uma senha de presente posso continuar me atualizando capítulo a capítulo.

Voltando ao assunto que me trouxe aqui, li um “spoiler” sobre a telenovela “Viver a Vida” que irá substituir “Caminho das Índias”. Pelo “rodízio” da Globo o autor será Manoel Carlos que vem com mais uma de suas “Helenas”. O que me chamou à atenção foi saber quem irá interpretar a personagem caricata, a qual ele homenageia sua mãe. Não será vivida nem por Regina Duarte (Obrigada, Senhor!), nem por Vera Fischer (Ufa!), nem por Maitê Proença e sim Taís Araújo. Para muitos pode não ser surpreendente, mas me faz pensar que seja uma mudança. Primeiro por ela ser negra e segundo por ela ser uma mulher na fase dos trinta anos. Um quebra? Uma quebra de linearidade e “marca” sobre alguns aspectos. Pois, não será uma Helena "bem resolvida" profissionalmente como as outras e também não será chefe de família, espelho de integridade e boa mãe e esposa.

Claro, não acho que isso significará uma mudança do modo como “Maneco” escreve suas tramas. Sem dúvidas, devemos encontrar o lindo bairro do Leblon, muita bossa-nova, merchandising social, conflitos amorosos e dramas familiares, presentes desde a sua primeira Helena, de “Baila Comigo”, em 1981.

O fato é que eu estou curiosíssima para começar a acompanhar, mesmo que seja pela Internet. Os dramas de “Maneco” nos fazem pensar na vida e colocam assuntos em roda de conversas (de salão, de bar, de almoço, do trabalho). Aguardo!

Abaixo, uma entrevista com Taís Araújo falando sobre "Helena":